No dia 27 de junho, os contratos futuros de café arábica para setembro (KCU24) fecharam em alta de +2.00 (+0.89%), enquanto os contratos futuros de café robusta no ICE (RMU24) fecharam em baixa de -12 (-0.30%).
Os preços do café fecharam mistos na quinta-feira. O café arábica encontrou suporte após a cooperativa de café Expocacer afirmar que os produtores de café do Brasil estão colhendo grãos menores do que o usual nesta safra, depois que as árvores de café passaram por um período de calor e seca que prejudicou seu desenvolvimento. Além disso, a StoneX projetou na quinta-feira um superávit global de café de 2 a 3 milhões de sacas para 2024/25, abaixo da previsão do USDA de 5,6 milhões de sacas.
Os preços do café foram pressionados pela queda do real brasileiro (^USDBRL) na quinta-feira, atingindo seu menor nível em 2 anos e meio em relação ao dólar, o que incentivou as vendas de exportação pelos produtores de café do Brasil.
Os preços do café são sustentados por preocupações de que condições mais secas do que o normal possam afetar adversamente as plantações de café no Brasil. A Somar Meteorologia informou na segunda-feira que a região de Minas Gerais no Brasil não recebeu chuva na semana passada pela terceira semana consecutiva. Minas Gerais é responsável por cerca de 30% da produção de arábica do Brasil.
O ritmo da colheita de café no Brasil acelerou, um fator de baixa para os preços do café. A Safras & Mercado informou na sexta-feira passada que a colheita de café do Brasil para 2024/25 estava 44% concluída em 18 de junho, mais rápido do que os 39% do ano passado no mesmo período e mais rápido do que a média de 5 anos de 40%.
A recuperação dos estoques de café do ICE de níveis historicamente baixos é negativa para os preços. Os estoques de café robusta monitorados pelo ICE caíram para um mínimo histórico de 1.958 lotes em 21 de fevereiro, embora tenham se recuperado para um máximo de 11 meses e meio na quinta-feira passada de 5.995 lotes. Além disso, os estoques de café arábica monitorados pelo ICE caíram para um mínimo de 24 anos de 224.066 sacas em 30 de novembro, mas se recuperaram para um máximo de 16 meses na terça-feira de 842.434 sacas.
Os preços do café robusta são sustentados por temores de que a seca excessiva no Vietnã danifique as plantações de café e reduza a produção global. A comerciante de café Volcafe disse em 22 de maio que a safra de café robusta do Vietnã para 2024/25 pode ser de apenas 24 milhões de sacas, a menor em 13 anos, pois a baixa precipitação no Vietnã causou “danos irreversíveis” às flores de café. A Volcafe também projeta um déficit global de robusta de 4,6 milhões de sacas em 2024/25, um déficit menor do que o déficit de 9 milhões de sacas visto em 2023/24, mas o quarto ano consecutivo de déficits de grãos robusta.
O departamento de agricultura do Vietnã disse em 26 de março que a produção de café do Vietnã no ano de safra 2023/24 cairia -20% para 1,472 MMT, a menor safra em quatro anos, devido à seca. O USDA FAS projetou em 31 de maio que a produção de café robusta do Vietnã no novo ano de comercialização de 2024/25 cairia ligeiramente para 27,9 milhões de sacas, de 28 milhões de sacas na temporada 2023/24.
O Departamento de Alfândegas do Vietnã informou em 17 de junho que as exportações de café do Vietnã em maio caíram -47% a/a para 79.358 MT, a menor quantidade para o mês de maio desde 2009. Além disso, as exportações de café de janeiro a maio caíram -5,8% a/a para 817.154 MT. A Associação de Café do Vietnã disse que as exportações de café do Vietnã para 2023/24 cairiam -20% a/a para 1,336 MMT.
Recentemente, houve algumas notícias pessimistas sobre as exportações de café arábica. Em 12 de junho, a Cecafe informou que as exportações de café verde do Brasil em maio aumentaram 90% a/a para 4 milhões de sacas. O grupo exportador do Brasil, Comexim, em 1 de fevereiro, aumentou sua estimativa de exportação de café do Brasil para 2023/24 para 44,9 milhões de sacas, de uma estimativa anterior de 41,5 milhões de sacas. O Brasil é o maior produtor mundial de grãos de café arábica. A Organização Internacional do Café (OIC) informou em 5 de junho que as exportações globais de café em abril subiram +16,8% a/a para 10,24 milhões de sacas, e as exportações globais de café de outubro a abril aumentaram +11,1% a/a para 80,99 milhões de sacas.
Como um fator pessimista, a Organização Internacional do Café (OIC) projetou em 3 de maio que a produção global de café para 2023/24 aumentaria +5,8% a/a para 178 milhões de sacas devido a um ano excepcional de safra bienal. A OIC também projeta que o consumo global de café para 2023/24 aumentará +2,2% a/a para 177 milhões de sacas, resultando em um superávit de 1 milhão de sacas de café.
O relatório bienal do USDA divulgado em 20 de junho foi pessimista para os preços do café. O Serviço de Agricultura Estrangeira (FAS) do USDA projetou que a produção mundial de café em 2024/25 aumentará +4,2% a/a para 176,235 milhões de sacas, com um aumento de +4,4% na produção de arábica para 99,855 milhões de sacas e um aumento de +3,9% na produção de robusta para 76,38 milhões de sacas. O FAS do USDA prevê que os estoques finais de 2024/25 aumentarão +7,7% para 25,78 milhões de sacas, de 23,93 milhões de sacas em 2023/24. O FAS do USDA projeta que a produção de arábica do Brasil para 2024/25 aumentará +7,3% a/a para 48,2 milhões de sacas, devido a maiores rendimentos e aumento da área plantada. O FAS do USDA também prevê que a produção de café na Colômbia, o segundo maior produtor mundial de arábica, aumentará +1,6% a/a para 12,4 milhões de sacas.