A rede brasileira “The Coffee” deu o próximo passo em sua estratégia de expansão europeia com a abertura de sua primeira loja na Bélgica, marcando seu oitavo mercado na região. Esta entrada ocorre logo após as recentes inaugurações na Holanda e em Luxemburgo, à medida que a empresa, em rápido crescimento, coloca a Europa no centro de sua agenda de crescimento internacional.

Volatilidade nos mercados futuros do Arábica

Enquanto a marca brasileira expande sua presença física, os mercados futuros da commodity tiveram uma semana de alta. Os futuros do café Arábica atingiram máximas diárias bem acima de 4 dólares por libra-peso. Perto da metade do mês, Nova Iorque registrou uma nova onda de alta que, em apenas duas sessões, levou a um ganho de 7,1% no contrato principal (Dezembro). O preço subiu de uma mínima de 373,05 centavos em 10 de outubro para 399,65 centavos em 14 de outubro, o nível mais alto em quase um mês.

O rali continuou na quarta-feira, 15 de outubro, atingindo a máxima diária de 418,50 centavos. Contudo, após atingir esse pico, um movimento de realização de lucros prevaleceu, e a sessão encerrou em queda de 1,2%, a 394,90 centavos. O mesmo cenário se repetiu na quinta-feira, 16, com o contrato de referência ultrapassando novamente o limite de 400 centavos, para em seguida recuar e fechar em leve baixa, a 393,80 centavos. A última sessão da semana foi de recuperação: o contrato de dezembro voltou a perder força após romper a barreira dos 4 dólares, mas a queda subsequente foi menos pronunciada, e ele fechou em alta de quase 1%, a 397,45 centavos.

Fatores climáticos e comerciais no Brasil

A grande quantidade de notícias sobre o clima na região produtora de Arábica do Brasil, onde ocorre a principal florada da nova safra (2026/27), continua a afetar o sentimento do mercado e explica, em parte, os movimentos erráticos dos preços. As tensões diminuíram um pouco na quinta-feira, quando o Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, descreveu o resultado das conversas entre o Secretário de Estado Rubio e o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Vieira, como “muito positivo”. Isso reacendeu as esperanças de que os dois países cheguem em breve a um acordo sobre tarifas.

Baixos estoques e o mercado de Londres

Contribuindo para a instabilidade do mercado, o nível cada vez mais baixo dos estoques certificados continua sendo um fator de pressão. Os estoques caíram para 467.110 sacas na última sexta-feira. Esses estoques vêm principalmente do México (128.270 sacas), Nicarágua (55.229 sacas), Honduras (54.420 sacas), Tanzânia (49.993 sacas) e Peru (42.365 sacas). Os estoques de origem brasileira diminuíram para apenas 26.896 sacas.

Enquanto isso, Londres seguiu um curso diferente. O contrato mais ativo do Robusta, para entrega em janeiro de 2026, disparou na quinta-feira, 16, para 4.524 dólares, seu nível mais alto desde 16 de setembro, antes de perder força na sexta-feira, 17, encerrando a semana em 4.478 dólares.

Perspectivas da safra no Vietnã e Brasil

Relatórios climáticos do Vietnã, neste caso positivos, contribuíram para a queda em Londres. Segundo especialistas, a previsão de chuva no fim de semana nas Terras Altas Centrais do Vietnã deve favorecer as etapas finais da próxima colheita. A esse respeito, uma pesquisa recente da Bloomberg News, realizada com um painel de sete especialistas do setor sobre o tamanho da produção 2025/26 do Vietnã, apontou uma mediana de 1,76 milhão de toneladas (29,33 milhões de sacas). Isso representa uma forte recuperação em relação à safra do ano passado, que foi a menor em quatro anos.

Quanto à safra brasileira, além das considerações sobre o resultado da florada principal, que dependem da quantidade e do padrão das chuvas nas próximas semanas, há quem esteja moderadamente otimista. Este é o caso da Sucafina. A trading suíça afirma em seu último relatório que a próxima safra de Arábica provavelmente não será um recorde, mas chegará perto e deverá superar as estimativas das duas últimas safras em pelo menos 5 milhões de sacas.