Uma equipe de especialistas da indústria petrolífera da Petrobras, a principal empresa de energia estatal do Brasil, viajou para a Venezuela a convite do presidente Nicolás Maduro, apesar das sanções dos Estados Unidos contra a indústria petrolífera venezuelana.

Citando fontes anônimas, a Bloomberg relatou que a delegação da Petrobras visitou vários campos de petróleo no Lago de Maracaibo, uma das principais regiões produtoras de petróleo na Venezuela e uma prioridade lógica para o governo, que deseja reverter anos de produção em declínio. Esta visita é a mais recente de uma série de visitas de empresas petrolíferas estatais estrangeiras, que também incluiu delegações da Sonatrach da Argélia e da YPFB da Bolívia, conforme observado no relatório da Bloomberg. A Pemex também enviou oficiais para a Venezuela.

A economia da Venezuela — e sua indústria petrolífera — foi severamente afetada por algumas das mais duras sanções dos EUA e anos de subinvestimento. No ano passado, a administração Biden aliviou o cerco das sanções, permitindo que a Chevron retornasse aos campos de petróleo pesado da Venezuela, mas agora muitos temem uma reversão dessa medida depois que o presidente Maduro proibiu um candidato da oposição de concorrer nas eleições presidenciais marcadas para julho. A proibição deixou Maduro como o único candidato.

O relaxamento das sanções no ano passado levou a um aumento na produção de petróleo, com a média diária atingindo 850.000 barris por dia em novembro do ano passado. O governo tem como objetivo aumentar a produção para 1 milhão de barris diários.

Ao mesmo tempo, o governo Maduro parece estar de olho nas reservas de petróleo na região do Essequibo, que constitui dois terços do território da vizinha Guiana, mas a Venezuela afirma ser seu próprio território. O governo organizou um referendo sobre a questão em dezembro passado e anunciou um apoio esmagador à sua reivindicação territorial, gerando preocupações de que a Venezuela possa invadir a Guiana para tomar suas riquezas petrolíferas. A região do Essequibo contém grande parte do petróleo descoberto na Guiana até agora, incluindo o Bloco Stabroek, onde a Exxon e seus parceiros descobriram até agora reservas de cerca de 11 bilhões de barris.